Durante muitos séculos, nas regiões da Rússia, era comum que as pessoas se reunissem para ouvir as aventuras dos lendários bogatires, nascidos da mãe-terra. As aventuras destes seres, eram contadas em prosa e verso, cantadas ou recitadas com muita arte e música. Não era qualquer coisa, não!
Estes personagens lendários, defendiam o povo dos invasores de suas terras e eram tão venerados que se tornaram adjetivo – se uma pessoa era fantástica, ela era um bogotir; se tinha muita força e coragem, ela era um bogotir, e assim segue a lenda. Como toda lenda, o sonho ou a imaginação só muda de lugar e nome. Por mais distantes que países estejam uns dos outros, sempre existiu a lenda de alguma criatura, que é boa e protetora. Tudo bem também existirem lendas onde os personagens não são assim tão camaradas, acontece nas melhores famílias.
Lenda ou não, a história sempre fez narrativas excelentes de guerreiros corajosos, que davam a vida pelo reino, enfrentando inimigos montados a cavalo e vestidos com armaduras e capas mágicas. Esse heróis eram homens maravilhosos que nasciam em lugares maravilhosos e que se apaixonavam por mulheres ainda mais maravilhosas e lutavam com inimigos igualmente fantásticos, como dragões e bruxas.
Dom Quixote, fugiu à regra! Era bem atrapalhado, seu cavalo de batalha era velho e magro, seu escudeiro não era nobre e cavalgava um burro e, nada na sua vida foi mágico. Em sua busca por aventuras, tudo deu errado: foi derrotado e humilhado e ainda avançou contra moinhos de vento pensando que fossem gigantes ferozes.
Ele jamais conseguiu ser um herói como das lendas ou romances. Talvez, por ter sido apenas um homem simples, cheio de boas intenções e pleno em coragem, que entrou para a memória como o Cavaleiro da Triste Figura, mas sem sombra de dúvidas, um encanto de personagem.Apesar dos erros e dificuldades, ele tentou e, aposto que quando o moinho o levantou, ele viveu seu momento de glória : ele subiu como sobem os astronautas e descobriu que o mundo era maior do que podia imaginar.
Historias à parte, fica a reflexão para que na eleição que se aproxima, possamos distinguir lendas, heróis em seus cavalos brancos e alados, falsos profetas, mágicos, atiradores de elite e inúmeros feitos heroicos dos tantos candidatos que se apresentam, e de fato, eleger alguém disposto a lutar com gigantes para tornar nosso país um pouco melhor para todos.